A Polícia Militar de São Paulo deu um passo inovador ao implementar uma ferramenta de inteligência artificial (IA) no atendimento das ligações feitas para o 190. A nova tecnologia visa otimizar o tempo dos policiais, permitindo que se concentrem em ocorrências de maior gravidade.
Assistente Virtual "Mike" no Combate à Perturbação de Sossego
Desde abril, o “Mike”, nome dado ao assistente virtual do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), já realizou cerca de 186 mil atendimentos. Este sistema está em fase piloto e abrange, inicialmente, a capital e a região metropolitana de São Paulo.
O coronel Carlos Lucena, comandante do Copom, destaca a relevância da inovação: “Aos finais de semana, principalmente no período noturno, as ocorrências de barulho chegam a quase 70% de toda a demanda do Copom. Isso causa filas no atendimento e, às vezes, impede que uma vítima que passa por uma situação de urgência seja atendida imediatamente.”
Funcionamento do Sistema
Quando um atendente do 190 identifica uma ligação relacionada a perturbação de sossego, o chamado é transferido para o “Mike”. O assistente virtual faz perguntas de praxe para coletar informações como endereço, motivo da ligação e resumo da ocorrência. Esses dados são registrados no Sistema de Informações Operacionais da PM (Siopm), gerando uma ocorrência que entra na fila de despacho das viaturas, da mesma forma que um atendente humano faria.
“O principal ganho com o sistema é o nível de serviço para ligações emergenciais. Agora, as emergências poderão ser atendidas imediatamente, mesmo nos horários mais críticos”, explica o comandante Lucena. A meta é atender os chamados emergenciais instantaneamente.
Impacto nas Estatísticas
Em 2023, a capital e região metropolitana de São Paulo registraram 727 mil chamados de perturbação de sossego via 190, correspondendo a 24,7% do total das demandas do Copom. Esse número é quase o dobro das ocorrências de desinteligência, que contabilizaram 367 mil ligações. Outras demandas incluem averiguação de atitude suspeita (311 mil casos), violência doméstica (215 mil casos), furtos (137 mil) e roubos (127 mil).
A implementação da IA visa não apenas otimizar o atendimento, mas também garantir que situações de risco à vida e à integridade física das pessoas recebam a atenção imediata necessária. “Como o cadastro das ligações não emergenciais atendidas pela IA são de preenchimento de formulários, não traz qualquer prejuízo para o atendimento daquela ocorrência”, observa o coronel Lucena.
Com o sucesso inicial do projeto piloto, espera-se que a tecnologia seja expandida para outras áreas, proporcionando um atendimento mais ágil e eficiente à população paulista.
Blog Ponto40
Com informações da Assecom SSP-SP
Foto divulgação
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